IV Seminário Interno Linguagem e Cognição (IV SILC): 5 de maio de 2017

Aracaju visita Maceió - 2 (ver II SILC para informações sobre a primeira visita)

IV SILC - Seminário Interno de Linguagem e Cognição

Miniauditório do curso de Filosofia - UFAL, Maceió (05/05 /2017)

14h00-18h45

Programação:

14h00-14h15: Abertura do evento

14h15-15h15: William Piauí (UFS): O Leibniz de Deleuze: lendo a 16ª série de Lógica do Sentido

15h15-16h15: Cristina Viana (UFAL): Identidade pessoal numa abordagem prática-linguística: ipseidade a partir de Paul Ricoeur e Lynne R. Baker

Pausa

16h30-17h30: Marcus José (UFAL): Teria Nietzsche uma Teoria do Significado?

17h30-18h30: Aldo Dinucci (UFS): A solução de Rescher para validação de contrafactuais

18h30-18h45: Encerramento do Evento

Resumos:

William de Siqueira Piauí (DFL-UFS)

O Leibniz de Deleuze: Lendo a 16ª série de Lógica do Sentido

Como sabemos, é na obra A dobra: Leibniz e o barroco (Le pli: Leibniz et Baroque) de 1988 que Deleuze problematizará extensamente a filosofia leibniziana; trata-se, no entanto, de considerações que foram elaboradas durante cerca de 20 anos, mais proximamente, nas aulas que Deleuze deu sobre tal filosofia nos anos 1980, 1986 e 1987 e que assumiram o título geral de Exasperação da filosofia, aulas que contribuíram mais diretamente para a elaboração de A dobra; mas também é verdade que em a Lógica do sentido de 1969, já bem antes, portanto, vemos Deleuze analisar a obra de Carroll, especialmente a noção de identidade pessoal defendida pelo britânico, se apropriando explicitamente do conceito leibniziano de mônada. Assim, o que queremos problematizar em nossa palestra são as apropriações deste primeiro trabalho, espécie de primeira etapa da reconstituição da leitura deleuzeana da filosofia de Leibniz para, em uma segunda etapa, remontar os pontos principais da leitura realizada em a Exasperação e, por fim, na obra A dobra. Vale lembrar que, a partir do que o próprio Deleuze se vê obrigado a admitir com relação à análise que faz da obra de Carroll e a apropriação do conceito de mônada, nossa problematização se centrará na noção de identidade pessoal.

Cristina Viana (UFAL)

Identidade Pessoal numa Abordagem Prática-Linguística: Ipseidade a partir de Paul Ricoeur e Lynne R. Baker

O problema da identidade pessoal é uma questão clássica da História da Filosofia que usualmente é formulada do seguinte modo: O que faz com que uma pessoa p1 em um momento t1 seja a mesma pessoa que p2 em t2? Desta maneira formulado, o problema é caracterizado como a dificuldade em se fundamentar a mesmidade. A literatura moderna sobre o assunto se debruçou na busca de um critério para a mesmidade, e a partir de tal busca chegou às mais diversas propostas (seja Leibniz e a indicação de um critério substancial, seja Locke propondo um critério psicológico, seja Hume negando a possibilidade de qualquer critério satisfatório). Na contemporaneidade, importantes reflexões têm trazido perspectivas interessantes para se enfrentar este problema, dentre as quais se destacam as propostas que buscaram formular o problema sob a perspectiva mais ampla e dinâmica da ipseidade. Esta nova formulação poderia ser sucintamente resumida do seguinte modo: Quem é essa pessoa que em t1 assume a forma p1 e em t2 assume a forma p2? Nessa direção, destacamos as propostas de dois filósofos contemporâneos oriundos de tradições bastante distintas: Lynne Rudder Baker (1944 - ) e Paul Ricoeur (1913-2005). Para a primeira, a identidade pessoal estaria fundamentada na manutenção de uma certa perspectiva de primeira pessoa, ao longo do tempo e através das mudanças. Para Ricoeur, esta perspectiva só poderia ser mantida por meio de uma trama narrativa em constante atualização. Pretendemos fazer uma discussão apoiada em dois filósofos que, apesar de nunca terem dialogado diretamente, tinham uma preocupação em comum: pensar a identidade pessoal para além da mesmidade e da problemática dos critérios.

Marcus José Alves de Souza (UFAL)

Teria Nietzsche uma Teoria do Significado?

O trabalho pretende elaborar uma reflexão acerca de uma possível teoria do significado do filósofo alemão, Friedrich Nietzsche, a partir do ensaio “Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra Moral”, cotejado com trechos de outras obras, especialmente, Genealogia da Moral e Crepúsculo dos Ídolos. A argumentação se desenvolverá na perspectiva de provar que Nietzsche, apesar de seu potencial crítico à tradição filosófica, no que diz respeito à teoria do significado, ele ainda é caudatário de um marco teórico moderno de caráter mentalista e referencialista. Pretende-se apresentar, em linhas gerais, o que entende-se por teoria mentalista do significado e mostrar como ela atua no modo do filósofo construir sua reflexão sobre a linguagem, sobre o conceito, o signo e o significado. Além disso, o trabalho pretende tecer comentários críticos acerca de alguns pontos da abordagem nietzschiana da linguagem, como sua compreensão da convenção; do mecanismo semântico, por assim dizer, da transposição (metáfora) e sobre o estatuto do conceito. Espera-se, portanto, além da avaliação da teoria do significado de Nietzsche, apresentar limitações e avanços de aspectos específicos de sua abordagem sobre o significado, num balanço teórico. 

Aldo Dinucci (UFS)

A solução de Rescher para Validação de Contrafactuais

Apresentaremos algumas observações sobre o método Rescher para a validação de contrafactuais. Partindo da considereção da relevância, pela qual se evita o trivialismo que logicamente decorreria ao se admitir como premissa algo que, por ser considerado falso, está em contradição com um conjunto de crenças, Rescher avança para a prerrogativa do questionador, segundo a qual a validação de uma condicional contrafactual deve levar em consideração as premissas consideradas salientes no contexto argumentativo. 

Fonte: SILC UFAL

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