III Seminário Interno Linguagem e Cognição (III SILC): 14 de fevereiro de 2017



O grupo de pesquisa "Linguagem e cognição" (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/9229017593687521) do curso de Filosofia da UFAL, convida propostas de discentes, da graduação ou especialização, para apresentações em seu:


III Seminário Interno de Linguagem e Cognição - III SILC

Até cinco trabalhos, adequados para comunicações de 30 minutos, serão selecionados pela comissão organizadora por sua qualidade e relevância acadêmica para a área de filosofia analítica, entendida de maneira larga. As contribuições deverão ser apresentadas na tarde do dia 14/2, no mini-auditório do curso de Filosofia/ICHCA/UFAL.

O evento será aberto com uma palestra do Prof. Dr. Ricardo Rabenschlag.

Interessados, por favor, enviar um resumo de até 400 palavras com título e palavras-chave para o email marcossilvarj@gmail.com até o dia 3/2/2017.

Para mais informações contacte Prof. Marcos Silva em marcossilvarj@gmail.com

III SILC - Seminário Interno de Linguagem e Cognição

Miniauditório do Curso de Filosofia - UFAL, Maceió

14/02/2017

15h00-18h45

Programação:

15h00-15h15: Abertura do evento

15h15-16h15: Prof. Dr. Ricardo Rabenschlag: O naturalismo científico e o debate entre os novos ateus e os teóricos do desígnio inteligente

16h15-16h45: Luiz Henrique dos Santos: Logicamente simples como inserções em práticas: (des)pensando objetos lógicos numa abordagem pragmatista

16h45-17h15: Acácio Ferreira: A ininteligibilidade do necessário a posteriori de Kripke

Pausa

17h30-18h00: Nailton Fernandes: A alternativa pragmatista de R. Brandom para pensar convergências entre Wittgenstein e Heidegger acerca do fenômeno linguístico

18h00-18h30: Marina Marasco: Por que a verdade é um tema filosófico? Uma perspectiva brandomiana

18h30-18h45: Encerramento do evento

Todos os interessados são bem-vindos!

Resumos:

Palestra de Abertura: 

Prof. Dr. Ricardo Rabenschlag

O naturalismo científico e o debate entre os novos ateus e os teóricos do desígnio inteligente

O naturalismo científico é a contrapartida filosófica do cientificismo. Em sua versão mais extrema, defendida pelos Novos Ateus, ele equivale a tese de que se algo está fora dos limites da investigação científica, não faz sentido afirmar quer sua existência quer sua inexistência. Em outras palavras, para o naturalista científico, os limites da ciência são os limites do mundo. Contra isso, os Teóricos do Design Inteligente argumentam que há certos fenômenos naturais, notadamente, o ajuste fino das constantes fundamentais e a existência da vida e da consciência, para os quais a investigação científica simplesmente não funciona.

Comunicações:

Nailton Fernandes

A alternativa pragmatista de R. Brandom para pensar convergências entre Wittgenstein e Heidegger acerca do fenômeno linguístico

Nossa comunicação visará desenvolver pontos centrais da postura metodológica de R. Brandom em seu livro Articulando Razões: Introdução ao Inferencialismo (2000). Para assim, assumirmos a postura pragmatista brandomiana como fundamental para encarar a questão: O que torna explícito nossa linguagem?, e ao mesmo tempo, pensarmos convergências entre as perspectivas de Wittgenstein das Investigações Filosóficas (1953) e Heidegger de Ser e Tempo (1927), acerca do fenômeno linguístico. Por fim, reafirmando e justificando o caráter seminal da tese de que: Nos comprometemos com práticas que são culturais e históricas ao analisar o fenômeno da linguagem.

Acácio Ferreira

A ininteligibilidade do necessário a posteriori de Kripke

Embora o discurso sobre as modalidades aléticas seja antigo, foi só a partir do séc. XX, com Lewis, Marcus, Kripke entre outros, que a lógica modal foi enfim desenvolvida. Porém, algo muito curioso e até mesmo indesejável acontece, pois não surge apenas um sistema, mas sim, vários sistemas de lógica modal com diferentes interpretações do que sejam as modalidades, de como elas devem atuar e de como elas devem ser lidas.
Nesta comunicação defenderei a interpretação anti-essencialista das modalidades, que limita os advérbios modais a uma leitura de dicto, nesta leitura as modalidades são entendidas como um modo de classificar as sentenças pelo seu estatuto modal, sendo assim um discurso sobre a linguagem e não sobre o mundo. Defenderei que é na linguagem que reside à necessidade, pois o conhecimento do que é necessário se dá apenas de forma a priori, consequentemente, não há necessidade no mundo. Farei também uma crítica à leitura oposta a de dicto, isto é, a leitura de re, que permite que as modalidades sejam um discurso sobre o mundo. Argumentarei que esta leitura traz uma série de consequências desagradáveis, como os vários tipos de essencialismo e os fortes compromissos ontológicos se utilizados com os quantificadores clássicos. Defenderei que as modalidades não devem ser usadas com quantificadores, pois são mecanismos que juntos geram conflitos insolúveis.
Por último e o mais importante de minha comunicação, criticarei a teoria do necessário a posteriori de Kripke. Para Kripke há verdades necessárias que só é possível conhecer a posteriori, todavia, o argumento (p→□p, p├□p) que ele utiliza para mostrar este necessário a posteriori nos sugere, como uma das premissas, algo que não é obviamente aceitável, que seria uma espécie de condicional essencialista (p→□p) na qual, para ele, ‘p’ representa relações de identidade do tipo a é b, exemplo: a água é H2O. Argumentarei que, apesar da segunda premissa ser conhecível apenas a posteriori e isso já é o suficiente para tornar o conhecimento da conclusão a posteriori e somente a posteriori, a primeira premissa é mal fundamentada, ela não é a priori como ele acreditava ser, pois esta premissa só poderia ser a priori se fosse totalmente inteligível que existem relações de identidades do tipo a é b e que estas relações são necessárias, porém isto não é totalmente inteligível, visto que, o anti-essencialista não ver necessidade nesta relação.

Marina Marasco

Por que a verdade é um tema filosófico? Uma perspectiva brandomiana

A questão da verdade é das mais controversas e amplas na tradição filosófica, sobre ela pesa a inquietação acerca de como podemos nos assegurar de nossas crenças. Ela parece ser o ponto inicial, a base de toda questão, sua pergunta é a investigação sobre tudo que se afirma. É o ponto nevrálgico do que chamamos conhecimento. Alguns teóricos se concentraram em definir um conceito de verdade, outros a demonstrar a inutilidade dessa busca, outros ainda tentaram identificar características do que podia se tomar por verdadeiro, definir as condições necessárias e suficientes que estabelecessem valor de verdade. Esta comunicação objetiva apresentar como o inferencialismo semântico de Robert Brandom aborda esse tema. Perguntar o porquê se tratar de um tema filosófico e não qual seria a natureza da verdade apresenta uma pista da quebra de paradigma que o pragmatismo brandoniano propõe em relação ao trato do tema da verdade em contraste com teorias filosóficas tradicionais. A pergunta deixa de ser: o que é a verdade? E passa a ser: O que fazemos quando tomamos algo por verdadeiro? Caracterizar essa concepção e refletir sobre suas consequências compõem os objetivos aqui propostos.

Luiz Henrique da Silva Santos

Logicamente simples como inserção em práticas: (des)Pensando objetos lógicos numa abordagem pragmatista

A abordagem fregeana para conceitos assume a existência de entidades chamadas logicamente simples. Para tais entes não pode haver uma definição própria; sendo simples, não podem ser decompostos. Os simples também são assumidos no atomismo lógico do Tractatus (1921) de Wittgenstein, sendo eles o requerimento para o sentido de uma proposição. Carentes de definição, os logicamente simples devem ser entendidos, segundo Frege (1892), por meio de dicas ou indícios (Winke). Tal tratamento é aqui considerado obscuro, e um esclarecimento dessa noção básica visa trazer uma abordagem totalmente diversa à admissão dessas entidades. A proposta apresentada pretende tratar os indícios para o entendimento de logicamente simples num panorama pragmático: em vez de aceitar que dicas esclarecem objetos lógicos, tratamos delas como inserção de indivíduos em uma prática específica. Essa inserção tem um caráter de regra e não nos compromete com a existência de quaisquer entidades simples. A reflexão sobre simples e seguimento de regra em Wittgenstein (1953) é utilizada como norte teórico. Desse modo busca-se proporcionar novos olhares sobre o debate ontológico, trazendo reflexões sobre o papel das práticas nesse âmbito de reflexão.

Fonte: SILC UFAL 

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